“Sim, não tenho razão”

Sim, não tenho razão ... 
Deixa-me distrahir-me do argumento inutil,
Não tenho razão, está bem; é uma razão como outra qualquer ... 

Se nem oiço? Não sei.
Creio que sim. Mas repete.
O amor deve ser constante?
Sim, deve ser constante.
Só no amor, é claro.
Dize ainda outra vez ... 

Que embrulhadas a gente arranja na vida!
Sim, está bem, amanhã trago o dinheiro.

Ó grande sol, tu não sabes nada d’isto,
Alegria que se não pode fitar no azul sereno inattingivel.

Notes:

Read the English-language translation, “No, you’re right, I’m wrong,” and the translators’ note, both by Margaret Jull Costa and Patricio Ferrari.

Source: Poetry (May 2023)